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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Agrotóxicos: Quem Eles Matam?

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Na tentativa de defender a agricultura contra pragas que atacam as plantações, os agrotóxicos foram criados. A utilização dos agrotóxicos teve início na década de 20 e, durante a segunda guerra mundial foram utilizados até como arma química.
No Brasil, a sua utilização se tornou mais evidente em ações de combate a vetores agrícolas na década de 60. Alguns anos depois, os agricultores foram liberados a comprar o produto de outros países. Hoje, é um dos maiores compradores de agrotóxicos do mundo e as intoxicações por essas substâncias estão aumentando tanto entre os trabalhadores rurais por ficarem expostos, como entre pessoas que se contaminam por meio da ingestão desses alimentos.
Alguns estudos já relataram a presença de agrotóxicos no leite materno, o que poderia causar defeitos genéticos nos bebês nascidos de mães contaminadas.

O que são?

Os agrotóxicos são substâncias químicas (herbicidas, pesticidas, hormônios e adubos químicos) utilizadas em produtos agrícolas e pastagens, com a finalidade de alterar sua composição, e assim, preserva-los da ação danosa de seres vivos ou substâncias nocivas.

Em que alimentos podem ser encontrados?
Eles podem ser encontrados em vegetais (verduras, legumes, frutas e grãos), açúcar, café e mel. Alimentos de origem animal (leite, ovos, carnes e frangos) podem conter substâncias nocivas que chegam a contaminar a musculatura, o leite e os ovos originados do animal, quando ele se alimenta de água ou ração contaminadas.


Um estudo divulgado ano  de 2011 pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) colocou esses alimentos entre os mais perigosos para o consumo, por terem grande chance de sofrer contaminação excessiva ou uso errôneo de agrotóxicos. Aqui está, em ordem do mais perigoso para o menos, a lista dos top 10: pimentão (80,0%)uva (56,40%)pepino (54,80%)morango (50,80%)couve (44,20%)abacaxi (44,10%)mamão (38,80%)alface (38,40%)tomate (32,60%) beterraba (32,00%).
Da ANVISA, sobre os resultados do relatório :
…chama a atenção a grande quantidade de amostras de pepino e pimentão contaminadas com endossulfan , de cebola e cenoura contaminados com acefato e pimentão, tomate, alface e cebola contaminados com metamidofós . Além de serem proibidas em vários países do mundo, essas três substâncias já começaram a ser reavaliadas pela Anvisa e tiveram indicação de banimento do Brasil. De acordo com Dirceu Barbano, diretor da Anvisa, “são ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade aguda comprovada e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer

A tabela a seguir mostra os resultados da pesquisa, que analisou amostras de 20 tipos de vegetais. Em 15 delas, encontrou agrotóxicos usados de forma irregular. A 1ª coluna mostra o número de amostras analisadas por alimento. Em seguida, na coluna ‘Não autorizados para cultura’, aparece o número absoluto e percentual das amostras onde aparece o uso irregular de agrotóxicos. No mesmo formato, a 3ª coluna ‘Acima do limite máximo de resíduo’ destaca as amostras que continham quantidades de agrotóxicos permitidos, mas além dos limites seguros. A 4ª coluna mostra a interseção das amostras que se encaixam nas duas categorias. E, finalmente, a última coluna, mostra a chance de contaminação do alimento de acordo com a soma das modalidades anteriores. Os 5 alimentos que têm chance de contaminação abaixo de 10% estão marcados em verde água. É um panorama nada animador, pois essa lista contém boa parte dos vegetais que, até mesmo por razões de saúde, somos incentivados a consumir. Note que esta análise não abrange todos o s alimentos e não garante que os outros alimentos estejam livres de agrotóxicos. Os valores abaixo representam a média das amostragens realizadas, provenientes de várias regiões do Brasil.

           


Males à natureza e perigos à saúde
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o uso intenso de agrotóxicos causa a degradação dos recursos naturais como, solo, água, flora e fauna, em alguns casos de forma irreversível, levando a desequilíbrios biológicos e ecológicos.
Além de agredir o ambiente, a saúde também é afetada pelo excesso destas substâncias.
Quando mal utilizados, os agrotóxicos podem provocar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda e crônica. Na aguda, os sintomas surgem rapidamente. Na intoxicação subaguda, os sintomas aparecem aos poucos: dor de cabeça, dor de estômago e sonolência. Já a intoxicação crônica, pode surgir meses ou anos após a exposição e pode levar a paralisias e doenças, como o câncer.

Os alimentos que mais contêm agrotóxicos geralmente possuem um ciclo de maturação mais longo, recebendo mais pulverizações, como o tomate e o pimentão. Para estas culturas, o consumidor deve ter um cuidado redobrado antes de comer.


DICAS PARA EVITAR OU DIMINUIR A INGESTÃO DE AGROTÓXICOS
  1. Consuma alimentos orgânicos. Além de serem livres de agrotóxicos, possuem maiores quantidades de nutrientes que os cultivados na agricultura convencional. Mas nem sempre há orgânicos em nossa região, então seguem outras dicas.
  2. Dê preferência a frutas e verduras da época. Fora da estação adequada, é quase certo que a fruta, verdura ou legume tenha recebido cargas maiores de agrotóxicos. É por isso que, quando você não encontra tomate, cebola ou outros produtos na feira orgânica, é porque não está na época deles. Escolha outro alimento que os substitua em termos nutricionais.
  3. Procure sempre descascar as frutas. Os resíduos de agrotóxicos concentram-se especialmente nas cascas das frutas. Nesse caso, é importante descascá-las, principalmente os pêssegos e maçãs.
  4. Lave bem as frutas e verduras. Use água corrente durante pelo menos um minuto, limpando sua superfície. Ou coloque-as numa solução de água (1 litro) com um pouco de vinagre (4 colheres de sopa), durante 20 minutos. Mas atenção: como a atuação da maior parte dos agrotóxicos é sistêmica (quando aplicado às plantas, circulam através da seiva e por todos os tecidos), descascar e lavar as frutas não garante a eliminação total dos resíduos, somente sua diminuição.
  5. Retire as folhas externas das verduras. Em geral, ali se concentram mais agrotóxicos. Com sua retirada, a carga mais pesada é eliminada.
  6. Diversifique nas hortaliças e frutas. Além de propiciar boa mistura de nutrientes, reduz a chance de exposição ao mesmo agrotóxico usado pelo agricultor.
  7. Dê preferência aos produtos nacionais e de sua região. Alimentos que percorrem longas distâncias, normalmente, são pulverizados depois da colheita e possuem um nível maior de contaminação.
Referências:


http://ambientalsustentavel.org/2011/agrotoxico-os-10-alimentos-mais-perigosos/

CRÉDITOS: ARTE O GLOBO | FONTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO RJ / INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (INEA)